"Ave musa incandescente, do deserto do meu sertão"
(Ariano Suassuna)
As fogueiras pintadas na cidade, em pleno planalto central do país
numa noite sem luar, numa noite estrelada,
numa noite estralada pelo frio.
É dia de são Pedro,
é dia de queimar fogueira, de estourar pipoca,
de temperar canjica e de beber quentão.
As 'gentes' ao redor do fogo,
reproduzindo os costumes de um povo,
vindos do sertão.
A cachaça batizada, ofertada à vida e ao santo
rasga a garganta, aquece o corpo,
anima a festa e gira o mundo!
As bandeirolas exuberantes xaxando
seguindo o conduzir do vento,
a prosa boa, o riso fácil:
são levezas tecidas à sombra do fogo.
O coco, o xote, o forró, o baião,
os casais bailando:
-São Pedro, salve! Quanta animação!-
Mas lá pelas tantas, bate um saudosismo,
a madrugada vem trazendo, em cortejo,
a saudade de um tempo que não se viveu,
no entanto as raízes evidenciam nossa memória ancestral:
Viva Franciscos, viva Antônios, viva Eduardos,
que nos ensinaram, pelos laços sanguíneos
como é gostoso reconhecer-se
como povo festeiro, guerreiro,
povo alegre, do SERTÃO...
a madrugada vem trazendo, em cortejo,
a saudade de um tempo que não se viveu,
no entanto as raízes evidenciam nossa memória ancestral:
Viva Franciscos, viva Antônios, viva Eduardos,
que nos ensinaram, pelos laços sanguíneos
como é gostoso reconhecer-se
como povo festeiro, guerreiro,
povo alegre, do SERTÃO...