A madrugada não me permite dormir
Um gole no vinho: direto na boca
Um disco dos Beatles, caneta e papel:
Deitada na sala, no escuro, a inquietação me convida a dançar.
*Como me sinto incrivelmente humana!
Me solto, danço levitando e acredito piamente nisso:
Esqueço da mãe integral que sou,
Da super mulher que devo ser,
Da adulta responsável que paga suas próprias contas,
Da exímia profissional,
Da feminista, ativista, politizada, revoltada...
Esqueço de tudo, e me sinto apenas MULHER!
A mulher da madrugada, sozinha se sentindo plena,
Dançando suave com a caneca de vinho, na sua sala revestida de grilos.
Amo quem sou! Amo meu corpo, minhas marcas, minhas tatuagens, meus cabelos, meus olhos: o que sou!
Esses dias de bacana insônia
Combinados com vinho e música,
Ah esses dias... Como não devemos esquecer deles!