domingo, 8 de agosto de 2010

Nua

Resolvi me portar nua
lançadas as algemas do pudor
minha pele como nunca é capaz de sentir
o trafegar da brisa por entre os poros,
de empiricamente comprovar que o sol
quando aquece, também pode queimar.
Resolvi me apresentar sem máscaras,
sem tecidos, mas cheia de medos,
de fragilidades, de lágrimas que outrora petrificadas
hoje escorrem à luz do dia.
Não quero a liberdade, não quero voar,
nem mesmo sumir,
quero somente na simplicidade complexa do meu ato de existir
ser o que sou, corpo e alma,
mulher, amada e amante...
Não almejo nada senão o agora...
Ser hedonista, o que importa é mesmo viver.
A que lado estou encaminhando minha existência?
Até onde já fui capaz de compreender minha essência?
Minha nudez fala por mim!
O frio que sinto, o calor que gozo,
a brisa que passeia em mim,
eles não são tão importantes,
mas sei de fato que o que realmente importa
é a leitura que faço de tudo o que me cerca.
Ressignificar... ler... recriar:
transgredir!
Mais que nudez,
meu corpo descoberto revela
a chama da vela que clareia o meu ser:
ser Ser, sendo... só!

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