quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Rosas arrancadas

Não me deti às dores causadas pelos espinhos,
ao aroma que exalavam,
às cores que pulsavam...
Arranquei as rosas e as pus sobre mim:
não feri minhas mãos tanto quanto meu coração,
não sujei-as tanto quanto meus pés,
mas as arranquei...
Nem por amor, nem por dor,
por nada,
apenas por meu querer,
pra satisfazer meu ego
e vê-las,
junto a mim, faceler...
arranquei as rosas e as pus sobre mim:
para amenizarem minhas dores,
sanar as carência,
apagar as ausências
e me ouvirem falar.
Eis o único motivo simplório
pelo qual matei-as:
matei-as para verem elas também o meu sucumbir...
sábado, 18 de dezembro de 2010
Saia-dela

um balaio de cores, tantas cores,
tantas flores, muitos sons:
que eu me encanto, fascinada,
não digo nada,
me envolvo, me excito
no balanço do balaio de cores dela.
Na cor da pele dela
histórias sem fim,
melanina, mel e canela,
renascendo no fulgor
na barra da saia da moça de cor.
No emaranhado das madeixas dela
pensamentos martelam
enquanto que as cores dela
o mundo conduz...
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Simples canção

Esta canção vem falar das acusações,
das portas fechadas,
das amizades idas,
das lágrimas perdidas...
Esta canção fala das tristezas,
dos acordes, desacordos,
manias de solidão,
refúgios em vão(s)...
Cancioneiro debruçado
recordando aos fatos,
remoendo os erros,
perfurando, entre farpas, os dedos.
Esta é minha canção,
sem métrica, em sons...
Esta é uma canção,
falando apenas da solidão!
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
B(r)anco Homem

Foram-se...
os frutos, os homens, as brisas;
Jazem ausências, solidões,
vácuos desbotados, envelhecidos,
caixões dispostos a nos acolherem,
sopros vitais desgastados...
A praça permanece, o banco permanece
o homem que ali fazia-se sentado
esta tarde voou.
As folhas caem, as árvores morrem,
as flores murcham,
o homem foi-se,
mas ali, olhe atentamente,
o banco permanece, em seu metal duro...
foram-se e lá está ele.
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Condão
Quando escrevo, não imponho limites: Me derramo, me desvelo, A poesia então num ato de cerzir Emenda minha existência com a dela. ...
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Quando escrevo, não imponho limites: Me derramo, me desvelo, A poesia então num ato de cerzir Emenda minha existência com a dela. ...
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Lá no alto, na longíqua abóboda escura, avistei cá de baixo um brilho estonteante, dentre tantos corpos celestes, apenas ela me encantou. Tí...