sábado, 27 de novembro de 2010

Àquela que se foi...

Embarcada na intensidade de pesadas nuvens cor de azul-solidão
rogo aos mortais daqui do meu ponto,
do meu porto,
do meu morro...
Velo, sentindo a ausência dos que se foram,
desejando o melhor e a luz necessária
a quem partiu...
amizades são nuvens, nunca leves, mas sempre intensas,
e a ausência dessas
revoga minha fortitude de mármore.
Frieza deixa de ser frieza,
face inerte deixa de ser inerte
e ela ainda me faz falta...
Não é glorioso reconhecer a falta
de quem faz falta, não é honroso
passar e fingir não ver...
Mas sou pedra,
e daqui do morro, porto, ponto
cubro minha face de vergonha e
permito as nuvens passar.
Elas passam, ela passa
eu fico
.

Um comentário:

Condão

Quando escrevo, não imponho limites: Me derramo, me desvelo, A poesia então num ato de cerzir Emenda minha existência com a dela. ...