domingo, 7 de novembro de 2010

Enigma

Encostada nesses ombros sinto mais leve meu pesar
como se carregasse minhas dores e meus medos
na leveza das rosas amarelas.
Sinto-me vulnerável e protegida,
e essa duplicidade me desprotege, me auto-questiona:
sendo frágil, teimo em ser forte!
Sendo forte, forjo-me ser intocável...

Mas sendo assim, afasto e intimido os ombros que buscam minha face,
que procuram uma sutileza inexistente em mim,
que geram esperanças românticas
e se apavoram ao me revelar direta e talvez fria...
Assim se faz meu combate!
Na pinta de heroína há resquícios de fragilidade,
mas só o espelho os revela.

E mesmo que esse ombro me permita descansar
tenho medo, me refugio na solidão
e sigo a história solitária da rosa no jardim...

2 comentários:

  1. Deu vontade de escrever...

    Como tudo me dói
    Sangra por dentro
    Estigmatiza, perpetua-se por fora
    Mostra o rosto
    Esconde os olhos
    Não são mais meus
    Vêem o que não vejo
    Eu vejo o que eles não falam
    Não querem falar
    Não, não,
    Não olham
    Não olham por dentro
    Olha pra fora
    Não enxergam o que sentem
    Mentem, mentem,
    Mentem quando choram
    Silenciam-se quando não choram
    Esfacelam-se por dentro
    É quando já morrendo estão
    Quando sentem e não falam
    Não conseguem exprimir o que sangra por dentro
    O espinho da rosa não chora
    Nos sangra a rosa com a ausência do espinho
    O espinho só não chora
    Mas chora quem não consegue arrancar o fico do espinho
    Tudo dói
    Corre já o sangue, o sangue da rosa sem espinho
    Sua seiva molha
    Vermelha a palidez natural da rosa
    Fere nossos olhos
    Com a ausência
    Da ausência da essência da que foi um dia a rosa
    À flor a quem se esqueceu de extrair mais espinhos

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  2. Escandalizada estou! TEnho uma amiga poetisa que com suas palavras me devora... Fantástico, flor da luz.

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Condão

Quando escrevo, não imponho limites: Me derramo, me desvelo, A poesia então num ato de cerzir Emenda minha existência com a dela. ...