domingo, 18 de setembro de 2011

As lágrimas que derramei...

Há muito que provocastes o meu pranto,
há muito que me fazes chorar,
há tempos minhas lágrimas caem, se esvaem,
e junto delas, minhas poucas esperanças.
O planeta sente as dores,
as crianças não brincam mais,
os homens não amam,
e as mulheres tornaram-se frígidas.
Há tempos que minhas lágrimas caem, se esvaem,
e sem elas, já não mais sei o que fazer.
A juventude, transviou-se,
as canções esvaziaram-se,
e os poetas já não mais existem.
O que faremos?
Que farei eu?
Certifico-me de que todo pranto derramado
mostrou-se inútil,
e ainda assim, águas saem de meus lânguidos olhos.
Hoje vejo, e reconheço,
as lágrimas que derramei não alcançam outro sujeito senão eu.

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