
Flanar pelas ruas ardentes e calorosas, pelos caminhos feitos de asfalto,
com um som que nos interpela sem dó nem piedade,
com a garganta sedenta e a alma mais sedentea ainda,
busco no calor dos trópicos, abaixo do equador,uma poesia feita de fogo,
mais ardente que os 40º advindos dos raios solares.
Busco uma poesia que seja firme,que ao me relacionar com ela,
mê dê conta que antes de poetisa,sou eu a própria rima dos versos...
A estrada a me guiar, os versos ininterruptamente a saltar,
o tilintar dos pássaros acompanhando a melodia cardíaca,
os filósofos me devorando, os poetas falecidos sussurrando
e o mundo sendo todo meu...
Busco o que construo, niilismo maldito, ceticismo inseparável,
crendo somente em meus titubeantes passos...
Busco a poesia deformada, caótica,
abençoada por Demiurgo, e idealizada por Artaud,
talvez seja ela a loucura enrustida em sanidade,
mas a busco por ser ela a fonte vital,
aquela de que preciso,
aquela por quem sobrevivo,
a tão e única poesia de mim mesma.
 
 
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