domingo, 23 de janeiro de 2011

Porta Cartesiana

Cães latem, grilos cantam, o mundo enfim dorme!
Não durmo, arregalo olhos e escancaro ouvidos,
cuspo palavras e sentenças ao escuro, em silêncio,
para não serem elas abortadas pelo esquecimento de uma mente sem brilhantes.
A única luz acesa invade os cômodos ausentes de luz, invade sonhos, desperta sonos...
em pesadelos constantes bato à porta de Descartes, construo e destruo o real.
...
Bato a porta
na porta
fecho a porta
me fecho à ela
mas nem sempre a abro.
O que é perceptível?
Afinal, o que é o real?
Um universo construído, regido por um único indivíduo,
solipsismo
que relaciona-se com universos e logo apartado deles
há outros sujeitos também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Condão

Quando escrevo, não imponho limites: Me derramo, me desvelo, A poesia então num ato de cerzir Emenda minha existência com a dela. ...