segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Canção de admiração


Colos alvos despidos
entre faces,
lances,
nuances de um universo multicor
Cabelos esvoaçantes,
lábios rubros
corpos lâguidos,
olhos cerrados,
cânticos entoados.

São arcanjos,
reluzentes,
endiabrantes,
cujas formas enfeitiçam
resvalam poder,
(re)formas,
desfazem tabus:
fogem do norte, preferem o sul.

Não creio nas canções dos poetas, nos depoimentos do boêmios,
nas juras simplórias do macho imponente...
O que vejo, o que sinto, o que desejo
simplesmente perante esses colos alvos nus
são migalhas valiosas,
são cânticos interiores,
transgressores,
recordações cravadas
de quem não é musa
mas revela em seu canto sua admiração e o poderio de se ser mulher.

3 comentários:

  1. 2011 chega entoando cantos à beleza...

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  2. Sempre admiro quem tem o dom de transmitir uma imagem para as pessoas através das palavras. Depois que notei essa sua característica tentei ler antes de ver a figura com cuidado e só posso lhe dar os parabéns.
    Ivan Lantyer Neto

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  3. Agradeço à visita e à sensibilidade de sentir a poesia... embora muitos não saibam, as palavras não são somente ferramentas à favor da comunicação, mas elas representam profundamente o que vem a ser a humanidade. Escrever, então, é ato de sobrevivência, de perpetuação da espécie, de fuga, de revelação...
    Volte sempre... volte mais vezes... e deixe sempre suas impressões, elas são sempre importantes!
    Cláudia Martins, a que é feita de palavras!!! rsrs

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Condão

Quando escrevo, não imponho limites: Me derramo, me desvelo, A poesia então num ato de cerzir Emenda minha existência com a dela. ...